Thursday, February 10, 2011

PERU

O primeiro lugar que visitaram no Peru foi a cidade litoranea Mancora a menos de 500 quilometros da fronteira. Essa cidade, assim como toda a costa oeste peruana, fica no deserto. La dormiram no carro e de manha continuaram a viagem ao sul. A estrada naquela regiao deserta estava em otimas condicoes e retas, dessa forma puderam percorrer longas distancias. No mesmo dia chegaram a Trujillo e surpreenderam-se com o transito caotico do local : carros fazendo curvas absurdas e bloqueando o trafego e ignorando completamente preferencias de vias, por exemplo. Eles ficaram admirados por nao terem presenciado nenhum acidente no meio daquela desordem. Dormiram numa hospedaria bem simples e pela manha foram a Chimbote para fazer compras de supermercado. Assim que estavam para chegar a cidade foram parados por um policial de transito que tentou convence-los que teriam que pagar uma multa de excesso de velocidade, ou dar-lhe dinheiro. Depois de um tempo negando a infracao ou dar um "carinho", "registro", e "contribuicao" - como policiais gostam de nomear a extorcao - o mesmo devolveu os documentos do carro e os deixou continuar viagem. 

A boa vida das estradas diretas e rapidas do deserto deram lugar a uma estrada sem pavimento e cheia de pedras por onde adentrariam a zona da Cordilheira Branca. A estrada comecou a ter vestigios de pavimentacao quando chegaram a Huallanca, o que melhorou um pouco o passo da viagem. Passaram por rios, cachoeiras e inumeros tuneis antes de alcancar a cidadezinha turistica Caraz. Foi la que notaram o pneu direito traseiro furado, o primeiro em toda a viagem, e passaram a tarde e parte da noite procurando uma mecanica para remenda-lo. Apesar do problema tiveram sorte de ter chegado a Caraz onde havia servico para autos e uma das poucas cidades bonitas que passaram pelo pais. Tambem, partia a estrada para o Lago Paron de agua turquesa vindo diretamento do topo das montanhas mais altas do Peru e seus glaciais.

Dormiram no carro e de manha tomaram a estrada muito lenta e danificada em direcao ao lago. Ao chegarem Pat decidiu subir uma montanha proxima para tentar filmar panoramas enquanto Debora ficou com a trilha que segue pelo lago. O tempo nao estava muito bom pelas primeiras 2 horas entao Pat nao conseguiu boa filmagem, mas pelo menos viu um pouco de neve cair do topo enquanto Debora caminhava na chuva tentando tirar algumas fotos abaixo. Na trilha de volta o tempo abriu e uma bela tarde de sol se mostrou. De la continuaram dirigindo ate Carhuaz de onde dirigiriam ate Punta Olimpica, o topo da estrada mais alta da Cordilheira Branca. 

A estrada e seus arredores era basicamente como a anterior a caminho do lago, cercada por plantacoes, ovelhas, bois, llamas, cachorros, galinhas e gente de vilarejos vestidos tradicionalmente. Depois de dirigir por vales, rios e cachoeiras admirando os altos picos das montanhas , especialmente Huascaran, a mais alta do Peru chegando a mais de 6.700 metros de altura, comecaram a ver neve nas laterais da estrada de unica via. Agora podiam avistar lagos formados por aguas glaciais e vistas das montanhas e vales do topo. Chegaram ate Punta Olimpica, e decidiram voltar pelo mesmo caminho em vez de continuar ate a proxima cidade, ja que teriam que dirigir por ainda mais estradas daninhas. 

Depois de sairem da estrada de Punta Olimpica continuaram pela estrada principal - asfaltada, mas completamente cheia de buracos - ate Huaraz que tem grande concentracao de turismo e servico ao publico, mas nao se compara com a charmosa Caraz. La dormiram no carro novamente e de manha partiram em direcao a estrada costeira, com o intuito de evitar estradas lentas e em mas condicoes.

Ao cair da noite chegaram a Paracas, que e uma area turistica devido a Reserva Natural de Paracas e especialmente as ilhas Ballestas. O casal nao fez muito ali, apenas caminhou um pouco pela cidade, comeu, dormiu e comprou suas primeiras lembrancinhas, antes de re-adentrar as montanhas andinas que os levariam ate Cusco e a tao esperada visita a Machu Picchu.

Foram a Nasca, nao para visitar suas ruinas, mas para tomarem a estrada ate Cusco, que, pelo menos no mapa, parecia ser a mais eficiente. Essa estrada levou inumeras horas, apesar de ser pavimentada estava cheia de curvas e sobe e desces. As cidades que pensavam que poderiam encontrar uma hospedaria ou lugar seguros para dormir eram minimas e sem infra estrutura, poucas delas tinham eletricidade. As vilas eram escarcas e bem separadas uma das outras, mas uma coisa mantinha-se a mesma: pessoas vestidas tradicionalmente com roupas de la, mulheres com longas trancas negras e chapeus, llamas, alpacas, cabras, bois e cachorros por todos os lados, alguns na estrada muito longe de qualquer civilizacao.  

Depois de adentrar a noite e dirigir cerca de 2 horas passaram por um pedagio e la decidiram dormir. De manhazinha fizeram cafe-da-manha e continuaram ate Cusco onde chegaram de tarde. Muita gente sempre diz que Cusco e um dos lugares mais magicos e especiais que ja viram, provavelmente nao estavam falando da cidade. Depois de dirigir pela cidade em busca de uma hospedaria e nao encontrar nada de boa localizacao, finalmente chegaram a vizinhanca colonial, que e onde se concentram os turistas e por isso, bonita. Encontraram uma hospedaria com internet para que pudessem fazer pesquisa sobre como ir a Machu Picchu, escrever blogs e tomar banho.

Como ja esperavam Machu Picchu custaria uma consideravel quantia de dinheiro, e haviam determinado US$ 150,00 para a entrada de cada um. Depois de pesquisar concordaram que queriam fazer a trilha pelo Caminho Inca porque nao queriam somente ver as ruinas, e esse, segundo pesquisas na internet e pessoais, custaria cerca de US$ 400,00 por pessoa e fazer uma reserva antes do tempo era obrigatorio. Desacreditando que seria tao dificil fazer a caminhada, foram a Ollantaytambo para ver se havia companhias de turismo locais com vagas e por preco mais economico. Apressadamente, porque estava de saida para suas 2 horas de almoco, o moco do escritorio de informacao ao turista disse que nao, que teriam que voltar a Cusco para reservar a caminhada ou tomar o trem diretamente as ruinas de Machu Picchu. 
O casal foi a estacao de trem para descobrir que custaria US$ 30,00 cada sentido, por pessoa, mais quase US$ 60,00 cada de entrada nas ruinas. 

Da estacao de trem passearam pela cidade enquanto decidiam o que fazer. Encontraram um homem local oferecendo transporte a Cusco e o casal disse que tinham acabado de chegar de la e esperavam poder fazer a trilha pelo Caminho dos Incas, mas que estava parecendo impossivel. O homem assegurou-lhes que nao teriam que fazer reserva, de guia ou pagar nada, tudo o que tinham que fazer era ter equipamento para acampar, dirigir ate o quilometro 82 onde a trilha comeca e entrar com um grupo. Imediatamente o casal transbordou de alegria, agradeceu o homem e comecou a fazer planos. Por um momento pensaram que ele poderia estar falando de outra trilha, mas nao, eles haviam sido bem especificos de qual trilha queriam fazer e porque estavam tendo problemas, por isso decidiram seguir seu conselho. 


Dirigiram ate o quilometro 82 e fizeram as malas, mas o tempo comecou a ficar feio, por isso, decidiram dormir no carro aquela noite e comecar a trilha pela manha. Como todos os, provavelmente, 10 habitantes da cidade ja os tinham visto - porque os mesmos nao podiam se camuflar entre os locais - perceberam o que estavam planejando. Debora e Pat mal podiam esperar para fazer a caminhada quando acordaram pela manha e terminavam de arrumar suas mochilas quando foram interrompidos por dois residentes vestindo jaqueta azul. Os mesmos disseram que nao poderiam ir sozinhos, teriam que voltar a Cusco, comprar um guia atraves de uma agencia e depois voltar. Debora e Pat tentaram ignorar o negativismp e ir assim mesmo. Assim que estavam para entrar na trilha veio outro homem de jaqueta azul apressado em dizer que nao poderiam ir mais a velha historia de sempre. 

Cabisbaixos eles comecaram a caminhar pelos trilhos do trem numa outra passagem em direcao a Machu Picchu. Logo nos primeiros minutos resolveram que nao valia a pena caminhar pela trilha do trem por dias ja que a paisagem seria a mesma que poderiam observar do trem. Como estavam bem mais perto de Machu Picchu, pois estavam no quilometro 82 em vez de Ollantaytambo, pensaram que poderiam tomar o trem um pouco mais barato ate la. Um dos trabalhadores que estavam mantendo os trilhos disse que de la ate as ruinas custava U$ 3,00. Claro que nao para turistas como fez questao de assegurar outro residente. Para turistas o preco era diferente, ainda custaria US$ 30,00 por isso o casal ficou revoltado e decidiu nao ajudar o roubo organizado ao turista e sair da regiao.

Em vez de pagar uma fortuna para gente que nem se quer ajudou a construir as ruinas o usaram para comprar lembrancas para amigos e familiares. Depois de toda a confusao e decepcao chegaram ao veredito de nao ir a lugar algum antes de fazer uma pesquisa detalhada a respeito de precos e caminhos. 
Ja que estavam daquele lado do pais e tinham visto bons comentarios a respeito do Parque Nacional Manu na internet resolveram verificar o local, mas antes fariam uma pesquisa na rede. 

Nao encontraram internet ate verem o primeiro sinal em Pisac. Pararam para usar mas a cidade estava sem luz e o dono do local ofereceu-se para dar informacao. O mesmo disse que Manu era belissimo, a estrada para la havia sido recentemente pavimentada e que definitivamente custaria menos que Machu Picchu. Decidiram ouvir a opiniao do senhor que era muito atencioso e viajado e tomaram a estrada ao parque. Infelizmente a estrada nao era nova, ainda estava sendo construida. Dirigiram pela estrada de terra e lama por 3 horas antes de chegar a Paucartambo onde finalmente conseguiram internet. Nao se via turismo nessa cidade, apesar da expectativa, pois tinha ate aeroporto no mapa. Ao invez, todos eram residentes, os mesmos continuavam vestidos tradicionalmente e mais uma vez foi impossivel de se misturar sem serem notados. Um bebado local acompanhado de um amigo sobreo os convidou para uma festa de bombeiros voluntarios que comemorava seus 13 anos de existencia, Foram somente por pouco tempo antes de tentarem encontrar uma hospedaria, pois nao se sentiam seguros em dormir no carro ali. As unicas 2 hospedarias que existiam eram feias e sujas. Optaram em dirigir a noite de volta de onde tinham vindo porque sua pesquisa na internet acabou mal: uma visita ao parque seria tao cara quanto Machu Picchu e tambem precisariam fazer reservas.


Mesmo estando frustrados nao queriam desistir de visitar alguns outros pontos turisticos como Arequipa e Lago Titicaca. Depois de dormir no carro em San Salvador debateram se deveriam ir ate Arequipa, que apesar de parecer lindissima nas fotos estava fora do percurso. Resolveram ir somente  a Puno. A cidade nao e nada bonita, mas e de la que saem as embarcacoes para as Ilhas dos Uros que sao feitas a mao e atracao principal do lago Titicaca peruano. 

Depois de dormirem numa hospedaria perto do lago, puderam caminhar ate a cabine de venda de entradas para as ilhas. Compraram seus bilhetes que supostamente incluiam todo o passeio,  quando um homem, de jaqueta azul, disse que precisavam comprar mais um bilhete. Ao chegarem a primeira ilha houve uma pequena apresentacao sobre como construi-las e venda de artesania. Depois disso foram praticamente forcados a pagar mais para ir ate a outra ilha num barco feito a mao. Pagaram e foram para a outra ilha onde havia mais gente implorando para que comprassem suas artesanias e um pequeno restaurante para almocar. Ficaram ali esperando sem fazer nada cerca de 45 minutos porque cada ilha e minuscula e nao tem praticamente nada de entretenimento. Durante esse tempo conversaram com visitantes peruanos que os avisaram que o bilhete que o homem de jaqueta azul disse que era obrigatorio era voluntario, e que nao tinham que ter comprado. 


"As ilhas sao interessantes e baratas, mas a enganacao dos encarregados de turismo para com os turistas e revoltante. O passeio completo incluido na entrada, nao menciona pagar extra para passar de uma ilha para a outra, e nao avisa o turista que o passeio de 3 horas inclui somente 2 ilhas e e longo so porque o barco e uma lesma e porque os navegadores tem preguica de levar o turista a mais lugares.", diz uma Debora desacreditada com a falta de consideracao ao turista encontrado no pais.

Dali partiram em direcao a cidade boliviana Copacabana onde cruzariam a fronteira na manha seguinte.




DICAS

- Pesquise bastante antes de tentar ir a qualquer lugar.
- Nao compre muitas artesanias no Peru caso esteja indo a fronteira com a Bolivia, porque nas fronteiras encontra-se as mesmas artesanias pela metade do preco.
- Se decidir comprar artesanias em Peru, a maior variedade esta na cidade colonial de Cusco, apesar de ser mais caro.  Comparado com Argentina e Chile, Peru tem artesanias muito mais baratas dependendo de seu poder de pechinchador.
- Se tentar entrar de bico no Caminho dos Incas, tente se misturar com um grupo de manha. Para maiores informacoes sobre como entrar de fininho em Machu Picchu consulte: http://travelogue.travelvice.com/peru/sneaking-into-machu-picchu/ 
- Peca por "menu" em restaurantes. Isso e uma refeicao bem barata e boa que inclui uma entrada e prato principal.



DESCABELOS

- Gente implorando para comprar suas mercadorias.
- Gente implorando por dinheiro nao porque precisam, mas porque voce e turista.
- Pneu furado devido a pedras em estrada sem pavimento.
- Decepcao com o custo e a dificuldade de poder visitar Machu Picchu.
- Desonestidade de muitas pessoas envolvidas com turismo.
- O trofeu de pior musica tradicional do mundo vai para os peruanos.

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